Ministro Padilha afirma, na Cúria, que governo está comprometido com ações da Campanha da Fraternidade

O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, participou na abertura da Campanha da Fraternidade no Anfiteatro da Cúria Diocesana de Jundiaí, na manhã do sábado, 25 de fevereiro, e disse que o atual governo está comprometido as ações propostas pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) ao Governo Federal no combate à fome como parte da campanha 2023, que tem por tema “Fraternidade e Fome”.

“Meu compromisso, e estou aqui em nome do Governo Federal, é cuidar de todos os cidadãos em primeiro lugar. Vamos colocar alguém da minha equipe no grupo de trabalho (da Campanha da Fraternidade) para que no Domingo de Ramos, 2 de abril, a gente possa falar do que o governo já fez”, disse Padilha, ministro responsável pela coordenação política do governo e interlocução com o Congresso.

No Brasil, mais de 33 milhões de pessoas estão em situação de fome, de acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. O país voltou a aparecer no Mapa da Fome das Organizações das Nações Unidas, a ONU, depois de uma década.

A emergência sobre o assunto fez com que, pela terceira vez, a CNBB assumisse a realização de uma Campanha da Fraternidade que trouxesse luz ao tema, buscando fomentar ações, em todos os níveis, para minimizar os impactos desta realidade na vida do povo brasileiro.

Convocando todos a considerar a fome como referência para reflexão e propósito de conversão, a Campanha da Fraternidade deste ano tem como tema “Fraternidade e Fome” e o lema bíblico, extraído de Mateus 14, 16: “Dai-lhe vós mesmo de comer!”.

Um dos objetivos é propor aos fiéis um caminho de conversão para não ceder à cultura da indiferença frente ao sofrimento humano conforme pede o Papa Francisco.

O ministro Padilha lembrou que esteve presente nas três vezes em que a Fome foi tema da Campanha da Fraternidade: ainda criança, com a mãe, em 1975; em 1985, já trabalhando juntos nas comunidades da Igreja Católica e, agora, como ministro de governo. E citou Dom Hélder Câmara, arcebispo emérito de Olinda e Recife, um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande defensor dos direitos humanos durante a ditadura militar no Brasil.

“Com Hélder dizia: quando eu passo fome, o problema é meu. Se meu irmão passa fome, o problema é nosso”.

Dom Helder pregava uma Igreja voltada para os pobres e a não-violência. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Foi o brasileiro por mais vezes indicado ao Prêmio Nobel da Paz, com quatro indicações.

O ministro convocou a todos os presentes a se solidarizar com todos aqueles que passam fome.

“Se ignorarmos mais da metade da população brasileira que passa fome e colocarmos na frente disso, na quaresma, diante da Campanha da Fraternidade lançada pela CNBB, qualquer outra divergência política, estaremos ignorando a dor de nosso irmão”.

Padilha afirmou ainda que o problema da fome deve ser tratado com o mesmo compromisso com que Dom Hélder tratava e com a mesma cobrança de atitude do Papa Francisco, em sua mensagem na Organização das Nações Unidas: “A fome na humanidade não pode ser vista apenas como uma tragédia, a fome tem que ser vista como uma vergonha”.

O ministro lembrou ainda a longa amizade com o Bispo Diocesano de Jundiaí, Dom Arnaldo Carvalheiro Neto.

“Agradeço ao Bispo Dom Arnaldo, que conheço desde que estava em Itapeva (Dom Arnaldo foi bispo daquela Diocese), região que tem uma contradição: é uma das maiores produtoras de alimentos e tem um dos mais baixos índices de desenvolvimento humano do Estado de São Paulo. Região conhecida como corredor da fome, embora seja a região que mais produz alimentos no estado”.

Eliseu Silva Costa, Dom Arnaldo Carvalheiro, Wilson Ribeiro (Med) e Emídio de Souza. FOTO: Sindicatometal

Dom Arnaldo citou os três princípios do Evangelho Social da Igreja: a promoção do bem comum, a defesa da vida humana, da dignidade, desde a sua concepção e a primazia do trabalho sobre o capital, com distribuição universal e justa dos bens, solidariedade e diálogo.

E disse que o encontro deste sábado contemplou, de modo geral, todos esses princípios. Ele agradeceu ao ministro Padilha e ao deputado Emídio de Souza (PT-SP) pela presença e apoio.

“Rezo todos os dias pelo amor e diálogo, com respeito às diferenças. Acompanho seu trabalho com carinho desejando que o senhor mantenha viva sua sensibilidade para com o povo brasileiro, especialmente os mais pobre”, disse Dom Arnaldo.

E pediu um trabalho com os pés no chão, unindo esforços para auxiliar quem mais precisa.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista e também presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, Eliseu Silva Costa, afirmou que o caminho para resolver definitivamente o problema da fome é sensibilizar a todos os brasileiros de que a fome é um problema de toda a sociedade.

“É inadmissível que existam hoje 33 milhões de brasileiros passando fome. Por isso são necessárias ações que possam auxiliar a quem mais precisa Ter esse lançamento da Campanha da Fraternidade na Diocese de Jundiaí, com a presença do ministro Alexandre Padilha aqui, mostra o compromisso do Governo Federal com os mais necessitados”, disse Eliseu.

O presidente do Sindicato agradeceu também ao bispo Dom Arnaldo pela realização do evento e por sua determinação em colocar em prática o lema da Campanha 2023: “Dai-lhes vós mesmos de comer”.

Eliseu disse ainda que o Sindicato vai continuar a trabalhar em ações com objetivo de auxiliar não apenas os metalúrgicos, mas também a quem mais precisa.

Encontro realizado no anfiteatro da Cúria Diocesana. FOTO: Sindicatometal

O diretor do Sindicato, Wilson Ribeiro (Med), que também participou do evento, lembrou da importância da presença do ministro Padilha, na Diocese de Jundiaí. Padilha trabalha diariamente ao lado do presidente Luís Inácio Lula da Silva

“Sabemos que o foco principal do presidente Lula é a luta contra a fome e o que percebemos aqui é que o ministro Padilha tem um grande conhecimento da Campanha da Fraternidade e das muitas ações da CNBB. Para nós de Jundiaí é um privilégio ter aqui uma Cúria Diocesana que busca, independente de ideologia política, a união dos povos, a união da nossa cidade (e região) pelo bem comum”.

 

NA FOTO DE ABERTURA, Eliseu Silva Costa, presidente do Sindicato, Ministro Alexandre Padilha e Dom Arnaldo Carvalheiro, Bispo Diocesano de Jundiaí, FOTO: Sindicatometal

Astra Website Security