Palavra do Presidente: ano novo, a luta se renova

Por mais um ano a classe trabalhadora sentiu na pele – e no bolso – as duras consequências de um processo político, econômico e social totalmente desordenado e cheio de equívocos. O ano de 2019 foi marcado pelo aprofundamento da reforma trabalhista, que completou dois anos de vigência sem cumprir sua principal promessa: gerar empregos. Quando apresentou a proposta, em 2016, o governo Michel Temer defendeu que a medida seria capaz de gerar 2 milhões de vagas entre 2018 e 2019. 

O que vemos atualmente é que a taxa de desemprego mudou pouco – era de 12,2%, em outubro de 2017, e em outubro de 2019 apontou 11,8%, segundo dados do IBGE. Vale ressaltar que houve aumento nos empregos informais – que na maioria das vezes não garantem o básico aos trabalhadores, desestabilizando o acesso ao consumo. No caso dos empregos formais, foram gerados cerca de 961.267, abaixo do prometido pelo governo Temer. Além disso, a “alta” do emprego formal inclui o trabalho precário e salários menores. 

Paralelo à isso, o nosso Sindicato seguiu trabalhando firme com o objetivo de garantir a integridade dos trabalhadores de Jundiaí, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista. Em 2019, fizemos diversas assembleias nas empresas reivindicando, informado e dialogando diretamente com os trabalhadores. Durante o período de Negociação Coletiva, percebi que os metalúrgicos estão mais envolvidos com o nosso Sindicato e que entenderam que estamos sendo alvo de uma série de medidas injustas. Por conta da mobilização dos companheiros, apesar do ano difícil conseguimos garantir a nossa Convenção Coletiva de Trabalho – formada por cláusulas que protegem o metalúrgico dos principais desmandos da nova lei trabalhista – e também o aumento nos salários.  

Com a máxima do “menos direitos e mais empregos”, o governo Bolsonaro, que conta com a liderança de Paulo Guedes na ala econômica, vem com a tal do contrato de trabalho “Verde e Amarelo” (MP 905), que além de isentar os patrões de recolher tributos, reduz ou retira direitos dos trabalhadores. Imagine você, caro companheiro, tendo o seu seguro-desemprego taxado em ao menos 7,5%. Imagine você sem remuneração extra por ter feito jornadas em dias e horários extraordinários, inclusive aos finais de semana.

Pois é, por conta do nosso histórico de mobilizações, lutas e conquistas, ainda não chegamos neste ponto extremo. Mesmo assim, o Sindicato e os trabalhadores devem estar próximos e mobilizados para mantermos tudo que foi conquistado até aqui. Em um 2020 que se inicia cheio de incertezas, a nossa certeza é que A LUTA CONTINUA. 

Eliseu Silva Costa 

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