Debate sobre preservação ambiental consegue gerar compromisso social

Núcleo de Estudos Adamastor Fernandes  

Em debate que abordou o tema “O caso CEA-IAC e a preservação da paisagem ambiental de Jundia픝 realizado na noite desta quinta-feira (26) no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista, o Núcleo de Estudos Adamastor Fernandes (NEAF) conseguiu reunir vereadores, um gestor da atual administração de Jundiaí, pesquisadores do Centro de Engenharia e Automação (CEA), membros do Conselho Municipal do Patrimà´nio Cultural (COMPAC) e interessados no tema. 

A mesa contou com uma forte representatividade sendo composta pelos convidados, o Prof. Dr. Janes Jorge da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e o Ms. Felipe Bueno Crispim, pesquisador em história ambiental, a secretária da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APQC), Dra. Roseli Torres, o pesquisador do CEA, Dr. Hamilton Ramos, e a mediadora, a mestranda em história ambiental, Júlia Amabile Aparecida de Souza Pinto.

 Quem abriu o debate foi a Dra. Roseli Torres ao falar da desconstrução dos centros de pesquisa em São Paulo pela Lei 16338/16, logo após o pesquisador Felipe Bueno Crispim abordou os critérios utilizados em seu parecer que pede tombamento integral dos 110 hectares da área ressaltando seu valor enquanto paisagem ambiental pelas nascentes e pelo resíduo de mata atlântica semidecídua e araucária.

 Também fez uma denúncia das inconstitucionalidades da lei, que afetam as Constituições estadual e nacional. Após a sua fala, o pesquisador Hamilton Ramos analisou o valor científico do CEA, mostrando as inúmeras pesquisas realizadas com tratores, pós-colheita e outros temas que muito contribuíram para a agricultura paulista.

 Segundo Ramos, o Centro tem apenas 20% de seu orçamento proveniente dos recursos públicos estaduais, com os outros 80% obtidos em parcerias com a iniciativa privada em projetos elaborados pelos pesquisadores, sendo que, desde 1995, houve uma redução de 70% dos pesquisadores e técnicos, pois não há renovação após aposentadorias e falecimentos. Ressaltou a forte produção de, em média, sete publicações aprovadas anuais para cada um.

 Para ele, o fato do prefeito Luiz Fernando Machado ser a favor da manutenção do Centro e de sua preservação é muito importante, assim como as duas moções de apoio que a antiga legislatura da Câmara Municipal aprovou a favor do tema e conclamou a nova legislatura a fazer o mesmo.

 Finalizando a exposição, o professor Janes Jorge salientou o valor do momento e da mobilização do evento e de como Jundiaí pode inspirar outros municípios afetados, ressaltando a importância da pesquisa científica para o desenvolvimento econà´mico e social e como isso tem que ser defendido pela sociedade. 

O gestor de Planejamento, Meio Ambiente e Infraestrutura, Sinésio Scarabello Filho, que estava representando o Prefeito Luiz Fernando Machado no evento, afirmou que tinha conhecimento de parte dos dados abordados do evento, mas estava surpreso com o tamanho da importância do CEA, disse ser inquestionável o valor ambiental e se mostrou favorável ao tombamento.

 No final, o pesquisador Afonso Peche lembrou que a ideia do Circuito das Frutas nasceu no CEA, assim como a análise crítica da estrutura hídrica da cidade.

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