O que você perde com a reforma trabalhista

Considerada tão complexa e prejudicial quanto a reforma da Previdência, a reforma trabalhista foi deixada para segundo plano – ou até terceiro – na rotina de preocupações do trabalhador brasileiro. Aproveitando esse momento de incertezas, preocupações e ópio da classe trabalhadora, Michel Temer e sua equipe está empenhada em articular  a aprovação do texto o mais rápido possível. 

No ponto de vista das entidades sindicais e movimentos de trabalhadores, a reforma trabalhista precariza todos os direitos que foram conquistados ao longo da história. Para essas frentes, que defendem os trabalhadores, o texto abre brechas para ações como demissões coletivas, trabalho temporário, meia hora de almoço, fim do transporte para empregados, entre outras. 

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Eliseu Silva Costa, a reforma trabalhista irá trazer retrocessos que contribuirão com a desigualdade social. “Os direitos conquistados pela classe trabalhadora estão em xeque. Empresários e latifundiários alegam que a reforma representa modernidade, uma verdadeira falácia. Na CLT original, dos 510 artigos somente 75 permaneceram sem alterações, todo restante passou por alterações com o objetivo de atualizar. Com base nisso, não podemos dizer que a CLT está defasada ou desatualizada”, ressaltou. 

Veja o que você, trabalhador, irá perder com a reforma trabalhista:  

(Lista elaborada pelo deputado federal Paulo Teixeira)

1. Demissões coletivas 
Agora os empregadores podem demitir todo mundo da sua empresa e contratar outras pessoas por menores salários e menores benefícios sem nenhuma multa.

2. Trabalho temporário, pra sempre
O patrão vai poder te contratar por hora durante toda a sua vida. Sem garantias. Por exemplo: bares, restaurantes, indústrias poderão te chamar para trabalhar temporariamente quando quiserem e você não terá seu emprego e salário fixos garantidos.

3. Hora-extra 
A CLT prevê jornada de trabalho de no máximo 8 horas por dia. Agora, ao invés de pagar horas extras para o trabalhador que ficar mais tempo trabalhando, o empregador vai contratar uma jornada de trabalho maior. Diminui o salário do empregado no final do mês.

4. Meia-hora de almoço 
Antes era obrigatório almoço de uma hora. Mas para este governo apenas meia-hora é suficiente.

5. Suas roupas também entraram na reforma 
A partir de hoje o patrão vai poder dizer até como você tem que se vestir. Mesmo aqueles uniformes que te exponham ao ridículo estão liberados. E não importa que faça frio ou calor, a roupa é a que os patrões escolherem.

6. Fim do transporte de empregados
As empresas não precisarão mais pagar pelas suas horas de deslocamento. Quem mora mais longe é o mais prejudicado. Vai perder tempo e dinheiro.

7. Mexeram nas suas férias
Agora os patrões podem parcelar livremente suas férias em até 3 vezes, como for melhor pra eles.

8. Terceirizados 
A empresa que contratou a terceirização (à s vezes é o governo ou outra empresa bem maior) não vai mais ter responsabilidade nenhuma sobre a indenização se o trabalhador for demitido. Se o mesmo não receber os seus direitos, não será possível recorrer.

9. Carteira assinada e anos de experiência
Saiba que agora a empresa vai poder te demitir  para contratar terceirizados, mais baratos pros patrões, sem direitos, sem carteira assinada.

10. Mulheres grávidas 
Quem decide aonde as grávidas (e as lactantes) trabalham é o médico da empresa. Ou seja, mesmo que ela esteja em um local insalubre para ela e o bebê, quem decide agora o lugar de trabalho é teu patrão.

11. Não tem mais Comissão de Conciliação Prévia
O que o patrão negociar com você vai valer mais do que a Lei. Vale o que o patrão mandou e a regra que você assinou quando conseguiu o emprego.

12. Rescisão 
Não vai ser mais obrigatório o sindicato assinar a tua rescisão. Eles podem agora fazer a rescisão do jeito que eles quiserem. Você ficou não mão dos patrões.

13. Golpe na Justiça do Trabalho
A justiça do trabalho não é mais gratuita. Você vai ter que pagar honorário até do perito. E se não tiver dinheiro, fica sem poder reclamar. 

Foto: Marcello Casal Jr/ABR

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