Campanha Salarial 2017 terá foco nas Convenções Coletivas

Com o objetivo de definir o cronograma de ações e pautas da Campanha Salarial 2017, diretores e lideranças dos 53 sindicatos de metalúrgicos filiados à  Federação dos Metalúrgicos de São Paulo (FEDEMETALSP) se reuniram no auditório da entidade na manhã desta terça-feira (29). Entre os assuntos debatidos na assembleia, a Convenção Coletiva de Trabalho e a Reforma Trabalhista foram os mais destacados pelos sindicalistas. 

 Os sindicatos buscam, no mínimo, a reposição da inflação que oscila ao redor de 2,71%. Em meio a isso, os sindicalistas batem de frente a um cenário precário no qual o  desemprego atinge 13% da população ativa e 27,3% entre os jovens de 18 a 24 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Por conta do momento conturbado os sindicalistas estão focados nas Convenções Coletivas de Trabalho, que são formadas por um conjunto de cláusulas que garantem benefícios além dos direitos da CLT. “O desafio será mantermos a nossa Convenção Coletiva e as suas garantias que foram conquistadas durante anos. Certamente os patrões farão de tudo para retirar”, disse Claudio Magrão, presidente da FEDEMETALSP. 

Magrão avalia que a Campanha Salarial 2017 será diferenciada das anteriores por conta das medidas apresentadas pela Reforma Trabalhista. Para o sindicalista, o modo de atuação deverá ser mais próxima da base. “Não existe mágica, o que nos manterá de pé é a atitude e a luta. Todos nós sabemos quais serão os pontos que irão afetar diretamente o trabalhador, e são nesses pontos que iremos nos mobilizar”, disse. 

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista, Eliseu Silva Costa, que também atua na diretoria da FEDEMETALSP, acentuou que somente com a mobilização da categoria será possível obter resultados satisfatórios na Campanha Salarial e no enfrentamento contra a ameaça aos direitos. “Temos que nos organizar e ir para a porta das fábricas. Se o trabalhador quer um sindicato forte, ele precisa participar. Temos que atingir principalmente os trabalhadores mais jovens, que já possuem benefícios e direitos que foram conquistados com muita luta pelos trabalhadores do passado, apoiados pelos sindicatos”, disse. O secretário-geral do Sindicato, Natanael Onofre Matias e o diretor de base Renato Bezerra também marcaram presença na reunião. 

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, as ações dos sindicatos também deverão ser pautadas na Campanha. “Devemos demonstrar na prática a unidade das bases da categoria. à‰ necessário debater os pontos que nos afetam incluindo a atividade sindical, pois a Reforma vem para retirar direitos dos trabalhadores e enfraquecer os sindicatos”, explicou Torres. 

A vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, Mà´nica Veloso, finalizou a reunião falando sobre o modo de atuação dos sindicatos com o objetivo de socializar trabalhadores e tornar a categoria mais sólida. “Temos que aprender muito ainda, o perfil do metalúrgico mudou com o passar dos anos. Atualmente temos jovens, mulheres e LGBTs no ramo metalúrgico e devemos abraçar essa diversidade para não ficarmos obsoletos. Temos que mostrar o nossos valores e atender esse novo público que se formou”, disse.  

Assembléia geral 

Está nas mãos dos trabalhadores e trabalhadoras os novos rumos da Campanha Salarial 2017. A assembleia geral e decisiva está marcada para o dia 1 °/10, à s 9h, na Sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista. 

“A base trabalhista precisa estar mobilizada neste momento tão delicado no qual os direitos básicos, conquistados com tantas mobilizações e greves, estão ameaçados. Contamos com o apoio de cada trabalhador nesse novo desafio que definirá o futuro da classe. Marquem presença e reivindiquem” convocou Eliseu Silva Costa. 

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